Guinée-Bissau

Lois diverses à portée linguistique

1) Code de procédure pénale (1993)
2)
Décret-loi n° 6/97 du 27 mai (1997)
3)
Loi n° 5/98 du 28 avril (1998)
4)
Décret-loi n° 9/2000 du 25 septembre (2000)

Le texte en français est une traduction du portugais par Jacques Leclerc.

Decreto-Lei nº 5/93, de 13 de Outubro

Código de Processo Penal

Artigo 46º

Extensão do regime

As disposições deste capítulo aplicam-se aos peritos, intérpretes e funcionários de justiça, com as necessárias adaptações.

Artigo 86º

A língua a usar nos actos

1) Sob pena de nulidade insanável, nos actos processuais escritos utiliza-se a língua portuguesa.

2) Nos actos processuais orais, oficiosamente ou a requerimento, poder-se-á determinar o uso do crioulo, dalgum dialecto usado pelas diversas etnias da Guiné--Bissau ou de língua estrangeira.

3) Para a redução a escrito das declarações em que não tenha sido usada a língua portuguesa, é obrigatório nomear interprete.

Artigo 87º

Nomeação do intérprete

1) Para além da situação referida no artigo anterior é obrigatório nomear intérprete:

a) Se for necessário traduzir documento que não esteja redigido em língua portuguesa e não venha acompanhado de tradução autenticada;

b) Se deverem prestar declarações de surdo que não saiba ler, mudo que não saiba escrever ou surdo-mudo que não saiba ler nem escrever.

2) O intérprete nomeado presta o seguinte compromisso:

“Comprometo-me por minha honra a desempenhar fielmente as funções que me são confiadas.”

3) Ao interprete é correspondentemente aplicável o disposto no artigo 46º.

Décret-loi n° 5/93, du 13 octobre

Code de procédure pénale (1993)

Article 46

Extension du régime

Les dispositions du présent chapitre s'appliquent aux experts, aux interprètes et au personnel judiciaire, avec les adaptations nécessaires.

Article 86

La langue à utiliser dans les actes

1) Sous peine de nullité irrémédiable, les actes de de procédure écrite doivent utiliser la langue portugaise.

2) Dans les plaidoiries orales, de sa propre initiative ou sur demande, il est possible de décider d'utiliser le crioulo ou le dialecte employé par les différents groupes ethniques de la Guinée-Bissau ou une langue étrangère.

3) Pour la transmission par écrit des déclarations où le portugais n'est pas utilisé, il est obligatoire de désigner un interprète.

Article 87

Désignation d'un interprète

1) En plus des dispositions mentionnée à l'article précédent, il est obligatoire de désigner un interprète :

a) S'il est nécessaire de traduire un document qui n'est pas rédigé en portugais et n'est pas accompagné d'une traduction certifiée ;

b) S'il est nécessaire de recevoir le témoignage d'une personne sourde qui ne sait pas lire ni écrire, ou une personne sourde-muette qui ne sait pas lire ni écrire.

2) L'interprète désigné doit prêter le serment suivant :

«Je promets sur mon honneur d'exercer fidèlement les fonctions qui me sont confiées.»

3) Les dispositions de l'article 46 s'appliquent également à l'interprète.

Decreto-Lei nº 6/97, de 27 de Maio de 1997

Artigo 34

O nº 2 do artigo 169º do Código do Notariado, quanto ao reconhecimento de assinaturas, preceitua que, “Tratando-se de documento escrito em língua estrangeira que o notário não domine, o reconhecimento pode ser feito desde que o documento seja traduzido, ainda que verbalmente, por perito da sua escolha”. A razão deste preceito assenta exclusivamente em fundamentos de ordem fiscal, no sentido de atribuir ao notário funções de controlador do cumprimento das exigências fiscais relativamente ao acto constante do documento.

Artigo 35

Num País em que vivem, operam e transitam muitos estrangeiros e no qual o comércio externo exige a redacção de acordos entre os operadores económicos nas mais diversas línguas, esta exigência legal tem constituído um importante constrangimento à rápida realização de negócios e obtenção de documentos legalizados.

Daí que, ponderados os benefícios/custos derivados da sua manutenção se tenha optado pela sua eliminação, ponderando que as vantagens daí decorrentes ultrapassam os eventuais benefícios resultantes da sua manutenção em comparação com os inerentes prejuízos atrás assinalados.

Nesta sequência para além da revogação pura e simples do nº 2 do artigo 169º dá-se nova redacção ao seu nº 1 no sentido de eliminar a actual impossibilidade de sem tradução, se poder efectuar o reconhecimento de assinatura em documento escrito em língua estrangeira que o notário não domine.

Décret-loi n° 6/97 du 27 mai 1997

Article 34

Le paragraphe 2 de l'article 169 du Code du notariat, en ce qui concerne la reconnaissance des signatures, affirme que, «dans le cas d'un document rédigé dans une langue étrangère que le notaire ne maîtrise pas, la reconnaissance dudit document peut être possible à la condition que le document à traduire, même verbalement, soit fait par un expert de son choix». La raison de ce précepte est basée uniquement sur des raisons d'ordre budgétaire, afin d'assigner des fonctions au notaire des exigences en matière de conformité fiscale dans le cadre de la loi figurant dans le document.

Article 35

Dans un pays dans lequel ils vivent, travaillent et voyagent de nombreux étrangers et dans lequel le commerce extérieur nécessite l'élaboration d'accords entre des agents économiques en plusieurs langues, cette obligation légale a été un obstacle majeur pour faire des affaires rapidement et pour obtenir des documents juridiques.

Par conséquent, un équilibre entre les avantages et les coûts dérivés de manutention a été choisi pour son élimination, étant donné que les avantages l'emportent sur les avantages résultant de la manutention par rapport aux pertes inhérentes qui y sont assignées.

Dans cette solution au-delà de l'abrogation pure et simple du paragraphe 2 de l'article 169, il est donné un nouveau libellé au paragraphe 1 afin d'éliminer l'impossibilité actuelle d'une traduction s'il est possible de procéder à la reconnaissance de la signature dans le document écrite dans une langue étrangère que le notaire ne maîtrise pas.

Lei nº 5/98, de 28 de Abril de 1998

Artigo 33º

Da consulta pública

1) Para efeitos de consulta pública o requerimento será publicado no Boletim Oficial e no Jornal Oficial e remetido para afixação, por edital, em local publicamente acessível e visível na sede do sector onde se localiza a área requerida e nas tabancas vizinhas.

2) Durante o período de uma semana depois da afixação dos editais, o requerimento será difundido pela rádio nacional e local e nas duas línguas maternas dominantes na Comunidade Local onde se localizar a terra em questão.

Loi 5/98 du 28 avril 1998

Article 33

Consultation publique

1) Aux fins de consultation publique, la requête doit être publiée dans le Bulletin officiel et le Journal officiel, et expédiée pour affichage, par un avis dans un endroit publiquement accessible et visible du quartier général du secteur où se trouve la zone requise et les villages voisins.

2) Au cours de la période d'une semaine après l'affichage de l'avis, la requête sera diffusé sur la radio nationale et locale et dans les deux langues maternelles dominantes dans la communauté locale où l'on trouve le terrain en question.

Decreto-Lei nº 9/2000, de 25 de Setembro de 2000

Artigo 10º

Designação dos árbitros

1) Os árbitros são escolhidos pelas partes, nos termos do presente diploma, com o fim de constituírem o tribunal de arbitragem.

2) O litígio pode ser resolvido por um ou por três árbitros.

3) Quando as partes concordarem que o litígio será resolvido por um só árbitro, elas podem designá-lo de comum acordo.

8) Para nomear os árbitros, a entidade autorizada deve tomar em consideração a nacionalidade das partes, a língua das partes, a natureza das questões em litígio e eventualmente as leis escolhidas pelas partes para reger as suas relações.

Artigo 12º

Demanda de arbitragem

1) Toda a parte que desejar recorrer ao processo de arbitragem instituído pelo presente diploma deve dirigir a sua demanda à entidade autorizada para a realização de arbitragens com vista à instituição do tribunal arbitral.

2) Esta demanda deve conter:

a) Os nomes completos, qualidades, razão social e endereços das partes com a indicação de eleição de domicílio para os fins processuais;

e) O demandante deve indicar a existência ou não da convenção de arbitragem entre as partes quanto:

i) À sede de arbitragem;
ii) À língua da arbitragem;

Décret-loi n° 9/2000 du 25 septembre 2000

Article 10

Désignation des arbitres

1) Les arbitres sont choisis par les parties, conformément au présent décret-loi, afin de constituer le tribunal arbitral.

2) Le litige peut être résolu par un ou trois arbitres.

3) Lorsque les parties conviennent que le litige doit être résolu par un seul arbitre, elles peuvent le désigner d'un commun accord.

8) Pour nommer les arbitres, l'entité autorisée doit tenir compte de la nationalité des parties, de leur langue, de la nature des questions en litige et éventuellement les lois choisies par les parties pour régir leurs relations.

Article 12

Demande d'arbitrage

1) Lorsqu'une partie souhaite se prévaloir de la procédure d'arbitrage institué par le présent décret-loi, elle doit en faire la demande à l'entité autorisée à procéder aux arbitrages en vue de la mis en place du tribunal arbitral.

2) Cette demande doit contenir :

a) Les noms complets, les qualités, la raison sociale et l'adresse des parties avec l'indication du lieu de domicile aux fins de la procédure ;

e) Le requérant doit indiquer l'existence ou non de la convention d'arbitrage entre les parties ainsi que:

i) le lieu de l'arbitrage;
ii) la langue de l'arbitrage;

Guinée-Bissau